Graveto nas águas...
Uma monja parou para observar a madeira sendo carregada pelo rio.
Chamou outros monges, apontou e disse:
“Se ela não ficar presa contra as margens, não afundar, não encalhar num banco de areia, não for retirada da água, não for capturada por redemoinhos, não apodrecer de dentro para fora, ela flutuará por todo o caminho até atingir o mar.
Semelhantemente são vocês no Caminho.
Se não se deixarem apanhar atingirão o grande mar da iluminação.
Ficar preso contra as margens é ficar enredado na ilusão de separação e limites.
Afundar significa tornar-se escravo de apegos a bens supérfluos, os quais roubam de vocês a força e pesam.
Encalhar em bancos de areia é preocupar-se apenas nos seus próprios interesses egoistas.
Ser retirado da água significa perder-se na dispersão, sendo levado na companhia de pessoas sem caráter.
Ser apanhado em um redemoinhos é atrelar-se à vícios de qualquer natureza.
Apodrecer de dentro para fora é viver uma vida de falsidades.”
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Conto escrito baseado em trecho do filme Samsara.
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