Réquiém para a Bienal de Artes
Sábado fui à Bienal Internacional de Artes de São Paulo, no Ibirapuera.
Novamente me deu um sabor de decepção.
A última que gostei, pois apresentava essência, foi há 8 anos atrás.
Há a "arte" e "A Arte".
Existe pouca Arte na Bienal.
Ela está dominada, subjugada ao politicamente correto... dominada por interesses políticos, domesticada pelos modismos, racismos ou ativismos GLS.
Há pouca pintura e esculturas.
Está dominada pelos vídeos, pelos slides, pelas fotografias, por explicações sem fim.
850 obras e 159 artistas...
E quase nada de Arte.
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Vídeos com temas separatistas e de guerrilha, vídeos denunciando genocídeos em lugares pouco conhecidos, vídeos denunciando o desrespeito da mulher em países muçulmanos, vídeos fazendo apologia gay, vídeos de mendigos pedintes ao redor do mundo, vídeos de pobreza, miséria, vídeos de prostitutas em bairros da periferia do nordeste... o mundo cão que se alimenta de sua própria podridão.
Três andares de “arte”... apenas 2 ou três obras de Arte.
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A “arte” escolhida pelos curadores é em geral um simulacro de manchetes jornalísticas de estudantes de faculdade... trabalhinhos sobre temas políticos, algo que veríamos numa propaganda de TV da ONU ou perdido entre páginas e páginas de uma revista Veja.
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A Arte é seu próprio propósito, não é um meio para algum fim, é um fim em si mesmo.
A arte com propósito é mera propaganda, um Memes disfarçado.
Arte é a vida interior se exteriorizando, desfrutando de si mesma, deleitando-se.
Energia transbordando que se materializa em sentimentos sem absolutamente nenhum propósito que não o estético.
Obras que se baseiam em longas teorias morais, não me interessavam... dispensei as mirabolantes lógicas, buscando saltos existenciais da verdadeira Arte.
Quase não achei.
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As palavras deveriam guiar-nos ao que não pode ser dito... ao silêncio... para indicar o inexprimível.
Dizem os Sagrados Upanishades que numa Árvore há dois pássaros.
Um silencioso no galho mais alto.
Um barulhento e estressado no galho mais baixo, irriquieto, grasna e grita.
O que está acima vê tudo, abrange o horizonte, tem vida plena interior... o de baixo é imediatista, mundano, vê pouco, é assustado e superficial.
Um silencioso no galho mais alto.
Um barulhento e estressado no galho mais baixo, irriquieto, grasna e grita.
O que está acima vê tudo, abrange o horizonte, tem vida plena interior... o de baixo é imediatista, mundano, vê pouco, é assustado e superficial.
Num dos Evangelhos Jesus disse “Dois deitarão numa cama, um está vivo, outro está morto.”
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A Bienal Internacional de Artes já foi um pássaro vivo sobre o Ibirapuera... hoje é um pássaro morto.
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Requiém para a Bienal.
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