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Segredar... é gestar possibilidades!

27.5.10

Compaixão? Não, obrigado...

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Compaixão é um grande erro.


Compaixão depende de motivação.
Se aprofunde na motivação e encontrará a verdade:


Qual sua motivação?
Ir pro Céu?
Ter melhor reencarnação?
Aparecer socialmente?
Fazer propaganda de sua Igreja, indo para uma calamidade publica vestindo camiseta da Igreja e "aproveitando" pra distribuir panfletos e jornaizinhos suspeitos?
Se sentir melhor, já que parece mitigar suas outras culpas?
Ser do rebanho de um pastor? (Deve ser bom balir em coral.)
Angariar novos adeptos? Mais dízimos e contribuidores?
Sair no jornal?
Qual é?
Tudo Egoísmos e barganha divina.


Quando vc segue outros, seja por "aprender" a Compaixão mecânica, seja por decoreba de Sutras, de Bíblia, etc... você pega um sentimento genuino, que deveria nascer de forma espontanea, e o falsifica.


Sempre que me oponho à Compaixão não estou me opondo à aquela subita percepção de que deve agir para colocar a Vida (a sua, a de outro ser, a de Gaya...) em primeiro plano.




Talvez eu tenha fé de que a natureza humana tenda à saúde, à vida, harmonia, enquanto Dalai Lamas creem que o ser humano só tende ao Caos, ao egoismo e à bagunça... daí terem que forçar a barra através de mentiras e ações mecânicas.


Entretanto quando a mente quer criar artificialmente um sentimento, está tendo como base uma série de ilusões que se perpetuam e são entraves ao aprimoramento pessoal da iluminação... Então sinto que preciso expor essa outra visão.


Compaixão tem lugar?
Sim.
Por exemplo: na área médica a Compaixão fabricada deve fazer parte.
Tem lugar errado?
Sim, nas "ajudas sociais", por ter uma miopia imediatista, que em geral traz um remédio pior que a doença.


Enquanto há a Mente, o Egoismo continua... escondido, mas continua.
Nenhuma mudança substancial.
Nem vou falar do Especísmo da coisa.




Não vejo como algo fabricado possa se tornar orgânico,
Começa com uma mentira e pela insistencia vira verdade?
Uma mentira repetida mil vezes se torna verdade?


A Compaixão te distrai de aprimorar sua essência,
Ela te foca no externo e tira o foco do universo interior.
É algo aprendido, externo, ético, moral, social... depende de direcionamentos externos como ensinamentos, livros, mestres, Sutras, Livros Sagrados, etc... artificialidades, dualidades e ilusões.


Compaixão se baseia em: "os fins justificam os meios". Entretanto não há fins, os meios são eternos... e se perpetuam nas mentiras.
Plante abacaxi, não espere colher amoras.


Empatia é algo maduro, vc se aprimorou e percebe.
Sua ação nasce limpa, fresca, natural, silenciosa.


Empatia não tem causa.
É sintonia.
Não há processo mental e força para fabrica-la.
Não depende de ler, aprender, praticar, racionalizar.
Ou está, ou não está.
Empatia acontece.




Tem seres humanos que nunca a terão, não desenvolveram as conexões neurais na época certa, sem estímulo relacional adequado e conexões cognitivas que propiciam a empatia, o mundo externo é para eles nada além de uma maquina que lhes deve servir.


Nada sentem pelo de fora, não percebem a relação entre seus sentimentos e o de outros seres.
É a natureza deles.




Empatia não se motiva. Ou é, ou não é.
Empatia é natural.
Empatia nunca se deseja: ou surge ou não.
É qualitativamente diferente da Compaixão.
É viceral, compreende?


Percebi que, posto toda Compaixão passar pelo crivo da Mente e suas dualidades, a Compaixão é sempre fabricada.
A Empatia apenas que é espontânea.


A compaixão racionaliza o objeto no seu imediatismo;
a empatia percebe a parte no todo e o todo na parte, de modo holístico.




A linguagem, a estrutura das palavras (carro não é gato, p.ex) é exclusivista, não inclusiva. Complicado explicar a Empatia pela linguagem... porisso, quando surge o não-pensar, se abrem as portas para o novo, o não-contaminado.



Parece complicado, mas a raiz da meditação reside nesse ponto, não do meditar em Zazen, mas do meditar durante as atitudes do dia a dia, incluindo o zazen.


Me veio o insight de que por ex, no Cha-Do, a Cerimonia do Chá, vc serve e é servido... Através de uma atitude em que o outro toma um lugar de importancia, num ritual, em que se burilam os atos e o silêncio interior, a “Compaixão” genuina (vulgo Empatia) brota naturalmente e no seu tempo certo.


Perceba a diferença: não é um sentimento fabricado artificialmente pelo raciocinio e sua inevitável barganha sobrenatural!
Pode não surgir, também... ficar apenas um respeito pelo semelhante.
E isso é o natural, o momento pessoal de ambos.


No Cha-Do, seu foco é no seu aprimoramento e não na fabricação artificial de um sentimento.
Se (e eu disse: SE) a “Compaixão” surgir por esta via, aconteceu a Empatia.
Se não, vc está se aprimorando e não está criando ou alimentando um Ego falso, suas complexas trapaças divinas inconscientes.




Você precisa de um aprimoramento artificial pra aprender coisas práticas, mas falsificar sentimentos? Emoções? Verdades? Isso pregam algumas facetas Budistas...


Criar gestos automáticos pra dirigir um carro, pilotar um avião, servir o chá... é qualitativamente diverso de criar "Compaixão fabricada", "amor falsificado" ou outras coisas semelhantes.... deixe essa falsidade aos sacerdotes que se alimentam da culpa, de ódio aos infiéis e do medo que impõem sobre seus rebanhos.


A Espiritualidade precisa se purificar da Ética.
Deixe o Bem e Mal pra Moral.
Deixe a Compaixão e a Culpa pra Moral.
Trancenda ilusões e dualidades.
Esse é o papel original da Religião.
Solitáriamente.


Guarde sua Compaixão na Ética.
Nunca se engane que é algo religioso ou espiritual.


Compaixão são Flores de plástico: feita por humanos, para uns humanos enganarem outros humanos, usando humanos.
Triste.
Faria sentido se, ao cuidar de uma planta artificial, ela se tornasse real.
Do plástico ao orgânico pela insistencia?
Pinóquio ao menos era de madeira, orgânico na essencia... igualmente mentiroso na insistência.


Todos tem a semente da Empatia, mas não é regando com gasolina, varsol, ou diesel que ela brotará.
Compaixão artificial é que cresce com insumos falsos.
Empatia nunca!






Motivação incha a Compaixão: leituras, papos moles, etica, "campanhas de ajuda humanitária"... Plásticos.
Qual o problema de se assumir que se vive dependente do plástico?
Ficam resistindo.
O plástico tem seu lugar no nosso mundo humano.
Mas é veneno em outras condições.


Empatia não tem o especísmo plástico.
Não se baseia em racionalizações, discriminações especistas, ilusões de separação e favoritismos.
Ela apenas é.
Acontece.


Compaixão se foca no sofrimento.
Empatia se abre aos sentimentos todos:... prazer de um gato que se espreguiça ao sol, a dor de um cão atropelado na rua, incomodo ao ver o mendigo faminto, identificação ao perceber um pássaro fazendo a corte à companheira, a dor do galho quebrado de uma árvore...




Madre Teresa tinha Compaixão, aprendeu a cuidar do sofrimento dos pobres humanos, mas não tinha Empatia, pois quando ficava doente ia aos melhores hospitais,... enquanto nunca se incomodou de tratar aos pobres sem anestesia, ou com agulhas de injeções usadas.


Incoerência, conflito de interesses...


Nunca há conflito entre o verdadeiro e o falso, apenas entre o falso e suas prórias manifestações.


“Quando o Buda surgir no seu Caminho, mate-o.” Diz o Zen.
Quando a Compaixão se interpor em seu Caminho, mate-a.


E veja o que surge intocado do Silêncio.




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1 Comments:

Blogger Betto Enso said...

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Compaixão teve lugar em tempos antigos e pontuais.
Hoje em dia é questionável.
Já não vivemos em sociedades pequenas e limitadas.
A compaixão ficou mais complicada e com resultados duvidosos.

Enquanto que em tempos antigos, pra pessoas rudes, ela era necessária, hoje cria mais complicação do que merecimentos.

A ação social que deve ser feita, deixou de ser pontual e circunscrita à vizinhança.
Já não há mais vizinhança.
Estamos em tempos globalizados, então a compaixão deveria ter um upgrade à altura.

Compaixão pelos mendigos, por ex...
Mendigos possuem a característica de serem migrantes que procuram os grandes centros.
Compaixão, ação de benemerencia humana especísta, deveria levar isso em conta e ser focalizada nos locais do exodo rural e evitada nos focos urbanos.
A qualidade de vida deve ser garantida no local original dessas pessoas, e não sustentar uma crescente massa marginal onde não há mais espaço e condições de criar o melhor pra todos (moradores e migrantes).

A qualidade de vida de todos piora (nos centros e no ambientes rurais), a marginalidade cresce, não há controle algum de natalidade desses seres perdidos e os miopes compassivos crêem estar fazendo algo de bom.
Ledo engano.

A compaixão envelheceu e apodrece.
Precisa ser revitalizada através de sabedorias, estudos sociológicos e consciência pessoal.
Chega de Oba-oba.
Sejamos sensatos.
Budhas, não budistas.
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quarta-feira, 02 junho, 2010  

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