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Segredar... é gestar possibilidades!

19.6.09

Paranoic City

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Paranoic City, Inverno de 2009.

Em menos de 9 kms, tive a pachorra de contar, levei 30 minutos e passei por 89 semáforos! Praticamente um a cada 100 metros! Estranha Engenharia de Trânsito essa dos últimos 10 anos daqui, a qual suprimiu a maioria dos retornos nas Avenidas principais e está fazendo brotar semáforos por geração espontânea; cada esquina está a receber um.


O motorista sai de casa, num percurso que levaria poucos minutos se utilizasse sua prudência e atalhos facilitadores,... mas agora permanece contra a vontade, refém de sinais de trânsito acéfalos (te param, sem ninguém pra atravessar no outro sentido) e da falta de opções de caminhos alternativos.
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Um automóvel que chegaria fácil em seu destino em 15 minutos, graças aos urbanistas ineficazes, fica agora nas ruas por 30, 45 minutos, perturbado e perturbando o trânsito dos outros. Multiplique por centenas de autos e vemos a situação atual.
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Na meia-maratona A Tribuna, os atletas vencedores fizeram nessa mesma meia hora: 10 km, mas à pé!!!! Foram mais rápido que o trânsito permite aos automóveis, pois ganharam dos carros em 1 Km!

No lugar de investimentos em semáforos inteligentes, temos investimentos municipais em câmeras e radares punitivos - arrecadadores... a principal função dessa Engenharia às avessas aparece fácil à quem raciocina: “segurança”, “ensinar e prevenir”... rss... ah, “e qualidade de vida pro cidadão”!
Aham... estamos sentindo!
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Na Holanda, Alemanha e países Europeus, há mais de 10 anos, surgiu a política de trazer a responsabilidade participativa em muitas cidades. Foram retirados os sinais de transito referentes à velocidade, não há mais radares, nem mesmo semáforos. Você pode fazer o que desejar, mas não extrapola, pois é investido com a confiança de que você é responsável pelos seus atos, pela segurança sua e a de todos. O trânsito melhorou muito, as pessoas estão mais felizes, se sentem adultas, maduras e respeitadas pelo Governo. E a tendência é ampliar pra toda a Europa essa visão inteligente e educada.

No Brasil parece que sempre se anda na contra-mão da História.

Cinto de segurança...
Leis pra obrigar o uso do cinto de segurança é assumir que o governo forma motoristas autômatos, estúpidos, irresponsáveis e que ignoram as percepções de perigo e de segurança. Com o cinto a batida ficará mais segura! Não se muda a consciência na maneira de dirigir das pessoas, mas torna os mau-formados menos machucados.

As estatísticas são um capítulo à parte interessante. Enquanto que cintos de segurança e air-bags deixam motoristas e passageiros menos mortos ou feridos (isso é o que aparece na mídia), por outro lado se aumentaram as mortes de pedestres, ciclistas, motociclistas, animais, pois a segurança no dirigir permite ao mau-formado abusar e ficar mais descuidado (isso é o que a mídia cala). Mas a Industria vai vender mais cintos e mais air-bags.

Life is money.
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Leis... e leis... e leis pra cobrir a falta de educação básica ao formar um ser humano íntegro.

A cada nova ameaça potencial, chovem novas Leis e tentativas de limitar os riscos colocando o Universo em caixinhas seguras. Assim foi a Lei Seca que tanto enriqueceu a Máfia norte-americana, proibindo-se o consumo de álcool. Os riscos voluntários pessoais tomados por um adulto mentalmente competente não devem ser criminalizados. Comer demais, fumar ou beber demais é ruim pra pessoa, muito diferente de dirigir bêbado, um perigo social, ruim pros outros. Assim também se pauta a política de drogas nos países adultos.

E haja ameaça na Paranoic City urbana em que vivemos: assaltos, gripes pandêmicas, bala perdida, seqüestro relâmpago, terrorismo, efeito estufa, queda da bolsa, asteróides... Por isso eu, que viajo entre o Tao e o Zen, entendo as camadas mais carentes da população e seu monoteísmo fanático: num Universo sem controle, onde as notícias são fatalistas, é necessária a figura de um Deus Benigno (mesmo que seja o rancoroso Jeová).

Bem, o fim de semana chegando, vou planejar uma viagem... escapar dos circuitos fechados de TV, radares, dos GPS, dos crachás, senhas, exames de DNA,... vou passar despercebido pelas câmeras dos satélites, fugir do Panoptismo do Grande Irmão... ir pra Natureza um pouco.

Alimentar meu Homem-Verde.

Ainda acredito muito mais no Instinto Holístico do Homo Aleatorius,
do que na inteligência linear limitada do Homo Prudens.














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Ho Pã! Yoo Pã...
E viva o Deus Pã.

See you, Paranoic City!
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3 Comments:

Anonymous jefersontadeu@ymail.com said...

Concordo em número e gênero. Há na mal amadurecida sociedade a necessidade de um pai lhe indicando o que deve e não deve fazer, e ainda colocando-o de castigo quando faz coisas que pode prejudicar a si mesmo.
Seria isso fruto da mentalidade monoteísta paternalista? Acredito que sim. Vede que são justamente nos países que estão se tornando ateus que as leis têm saído do cunho do paternalismo para da consciência e responsabilidade pessoal.
Mas enquanto nós, brasileiros, continuarmos insistindo em paradigmas atrasados e na eleição de políticos completamente indoutos, nosso poder legislativo prosseguirá a ser essa "metralhadora legiverante" de leis e punições no lugar de educação e responsabilidade pessoal.

terça-feira, 23 junho, 2009  
Blogger ex-controlador de tráfego aéreo said...

Oi Betto!

Cheguei aqui por participar do grupo casaterra.

Sua abordagem é um reflexo do que todo cidadão urbano sofre, principalmente em se tratando de cidades como São Paulo - que está mais para um país do que para cidade, devido às suas complexas relações psico-sócio-econômico-culturais - e Rio.

Você citou o "grande irmão" e sua capacidade cada vez maior de ver tudo. Concordo e digo que é uma perversão do papel do Estado, por isso há o surgimento de Institutos e Associações, no chamado terceiro setor, desvinculados organicamente desse poder, mas com a função explcita e objetiva de tentar regular as relações entre a sociedade civil e o Estado: apontando, pressionando, cobrando a atuação que interessa ao cidadão e não aos grupos minoritários e muito poderosos ecoomicamente, a ponto de alçar ao poder público qualquer um que atenda aos seus interesses imediatistas e oportunistas, sem se preocuparem com o coletivo.

Essa matriz rodoviária é um exemplo disso. E veja que até o Império, na figura de Dom Pedro II já tinha essa preocupação, mas...bem, sabemos como está hoje.

Creio que você conheça, mas, por via das dúvidas, se tiver interesse, acesse o link:
http://www.saopaulo.org.br/

É um desses institutos que pretendem resgatar e fazer valer a cidadania. Essa célula já se dividiu e está se espalhando por todo o país.

Parabéns pela postagem e fiquemos alerta e atuantes!

Um abraço fraterno!!!

terça-feira, 23 junho, 2009  
Anonymous Sandra Cunha de/dos Santos said...

Super Betto!

Pois é, olhe só que tristeza!! Pela descrição, o colega acima associou a cidade a São Paulo ou Rio...ai, ai!! A característica provinciana de nossa cidade só continua na mentalidade de alguns habitantes, porque na tranqüilidade e qualidade de vida, já deixa a desejar... ah, bela Santos das férias e do descanso!
Imagine se aqui, de uma hora para outra, os dirigentes deixassem nas mãos dos “dirigidores” a responsabilidsade pelo trânsito...seria uma troca de favores? Por deixarmos nas mãos deles a decisão sobre as regras da sociedade em que vivemos? Talvez...o resultado, tenho certeza, não se assemelharia ao europeu, creio que se aproximaria mais ao asiático e, finalmente, as mentes adormecidas se sentiriam no cenário de uma novela das 8 quase 9h. Isso porque, geralmente aqui no Brasil, as modificações para a população são feitas de repente, sem educar e preparar devidamente, como um laboratório. Até a própria educação sofre esta experimentação, e, assim, os ratinhos são atropelados e impressos no asfalto ou passam a andar sobre rodas em suas cadeiras.
Enquanto isso, olhemos para todos os lados antes de atravessar, antes de votar e antes de tomarmos atitudes que surgem no automático da dinâmica urbanóide.
Pausa.
Já dizia a placa do trem: “pare, olhe, escute”, e desperte!!
E quando tiver um passeio verde e saudável, me chame!! É no aleatorius que o ócio criativo floresce.
Bjus e flores pra vc!!
=)

terça-feira, 23 junho, 2009  

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