JIHI ... compaixão
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Em Japonês JIHI é compaixão.
O Kanji indica dois movimentos em dois ideogramas: Ji / Hi.
Ji é a compaixão irada, Hi é a empatia silenciosa.
Um filho entrou num Culto religioso fanático e perigoso... os pais ficaram sabendo e se desesperaram.
O pai foi ao quarto do filho, pegou os livros do tal culto, os leu inteiro, esperou o filho chegar... argumentou, mostrou-lhe as falhas do raciocínio, deu socos na mesa, falou nervoso, brigou, discutiu, inflamou-se.... puro Ji.
A mãe aproximou-se da cena, sentou-se ao lado, pegou na mão do filho, segurou-a, olhou nos olhos dele e chorou silenciosa.... puro Hi.
Os japoneses são sábios. Os dois caminhos devem ser percorridos em paralelo para serem efetivos.
Compaixão e empatia.
Atitude e compreensão silenciosa.
Uma dose de impiedade, por que não? Todo Amor precisa de um pouco de impiedade.
Jihi.
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12 Comments:
Betto
Encontrou na compaixão o caminho do meio?
(Risos)..... Interessante mesmo o texto.
Vou refletir mais um pouco e volto, isso me lembrou um estudo que fiz neste fim de semana sobre Nietzsche e outro sobre um outro pensador atual.
Abraço.
Chris :)
Sobre os dois Kanjis...
Notaram que a base dos dois é igual?
A raiz?
Aquele kanji no qual ambos nascem é o Kokoro: Coração/Mente...
A base da Compaixão irada e da Empatia é o Coração.
Importante, não?
E sobre o Caminho do Meio... sim, sem dúvidas é por aí!
bjo Chris :)
Betto
Não resisti e respondi novamente aquele seu primeiro post sobre a compaixão... hehehehe
Não me esqueci deste. Realmente a base é o coração... Interessante...
Eu ainda volto...
Abraço. :)
Chris
Ai ai ai... lá vou eu meter meu bedelho...
Puxa maninho, é por aí... caminho do meio como disse a Chris... E importante notar: o aspecto masculino da ira (!?!) e feminino do puro sentimento... Esses arquétipos... Incrível! Estão em todas! E é verdadeiro, acontecem!
Mas, voltando ao assunto chave: Ainda tenho dificuldade de entender Ira como Compaixão, mas se pensarmos na Ira enquanto uma energia pró-ativa que a partir da indignação nos impele a agir imediatamente... fica mais fácil para mim.
Mas veja, só chorar de maõs dadas não salva o outro, a ação sim, tira alguém do buracom faz curar a ferida, tira a tartaruguinha da estrada de ponta cabeça, isso é ira? Aí entenderia melhor... O problema são os berros, a agressão é que é desnecessária, concordam? Será que é porque muitas pessoas confundem o ter que fazer alguma coisa com a agressividade, que também não soluciona, só faz barulho? Será que é por aí? Vou perguntar para minha melhor amiga que é protestante! Ai quero ver o Betinho pirar o cabeção!!! rsrssrs Beto, aguarde a Malú meter seu bedelho nessa... rsrsrs...
Beijos,
Lilly
Como prometi e hoje estudei Nietzsche com toda intensidade em que me agora propus estudar lembrei-me da questão da compaixão da qual ele divide em dois tipos.
Na página 176 do livro "Além do bem e do mal" ele deixa bem explícito e encaixa-se um pouco também na explicação que você deu com uma ressalva, isto é, a ira de Nietzsche é muito diferente da do pai que você ilustrou sua história e o outro tipo é bem mais aniquilador.
Eu , particularmente hoje estava conversando com um filósofo da linguagem e ele e disse a respeito das línguas como o chinês, o grego e até a Libras possuirem um sistema na qual cada símbolo significa uma palavra e no caso do japonês você já pode se fazer uma construção e disso sim há toda uma construção filosófica do pensamento... Enfim, foi uma manhã bem educativa...
Voltando a Nietzsche e a compaixão vou transcrever o trecho para que veja sua visão:Aforismo 293: "Um homem que diz: "Isso me agrada, vou me apropriar disso, protegê-lo e defendê-lo contra todos"; um homem que pode conduzir uma causa, executar uma decisão, ser fiel a um pensamento, reter uma mulher, castigar e abater um insolente, um homem que tem sua ira e sua espada, a quem os fracos, aflitos, sofredores e também animais se ahegam com gosto e pertecem por natureza; em suma, um homem que é senhor por natiureza - se tal homem tem compaixão, esta compaixão tem valor!!! Mas que importa a compaixão dos que padecem! Ou daqueles que inclusive pregam a compaixão!
Vendo pela perspectiva dele onde há a lei da "selva" é a que vale e que na verdade é o que ele anuncia e diagnostica a compaixão só é compaixão quando é sentida por alguém que é superior...
Agora, eu concordo com o que sua irmã dissee com o que escrevi bem no início e concluindo acrescento toda a reflexão que fiz junto deste filósofo da linguagem aos kanjis que você explicou aqui.Se a base é o coração o caminho do meio ainda sim é o mais sensato e sábio !
Uma das questões que o catolicismo de uma certa forma combateu foi a má interpretação do "dar a outra face", isto é, isso não é uma atitude passiva de um cristão, muito pelo contrário, é atitude corajosa de quem sabe quem é, o que faz, o que quer e para onde vai, ou seja, um cristão nã vem a Terra para passeio, ele não perde tempo, vive em plenitude, na profundidade e intensamente...
Grande abraço.
Chris. :)
Sim, e Nietzsche ainda dizia que a bondade só tem valor se a pessoa tem a capacidade de fazer o mal.
Bem profundo...
Nossa...Pensarei nisso... Nunca havia refletido desta forma antes de ler Nietzsche é claro...
Mais uma visão que se abre, mais uma máscara que se cai e assim caminhamos não é?
Realmente profundo, porém nunca tive medo do abismo :)
E ainda sim entrarei na mente deste pensador até os seus extremos...
Qto à compaixão continuarei corajosamente positiva e meu sim à vida consiste nisso, em não mais olhar uma existência de errança e sim ao combate (bom combate) desafiando seja quem for e qual conceito quiserem deturpar...
Abraço.
Chris :)
Betto
Em q língua vc baseou a tradução de JI e HI?
Pq andei pesquizando meu dicionário japonês o JI significa amor de Buda entre outras traduções e em inglês é cherish, q é mais ou menos o mesmo sentido. E o HI é tristeza.
Apenas uma duvida...
Rieko
Oi Rieko,
JIHI
Me baseei num estudioso do Budismo, Hiroyuuki Itsuki da Universidade de Ryukoku.
Sou um estudante de nivel iniciante no Nihongo, mas... lembre que a mesma palavra tem vários Kanjis e cada Kanji tem pelo menos duas leituras: Leitura On e leitura Kun.
JI pode ter significado em JIAI (afeição, carinho, amor, benevolencia), JIBO (mãe carinhosa) tanto como em KOJISURU (recusar com veemência), JIBAKU (explosão suicida) ou JIBOJIKI (desespero).
O mesmo se dá com HI, que conforme a leitura, pode significar coisas como: segredo, sofrer, equivalencia....entre tantas outras.
O belo da língua chinesa e japonesa é a amplitude de leituras que nos permite, pois os kanjis, os ideogramas, são as possibilidades de percepção ao ler e reler o mesmo texto...´porisso um dia vou aprender chinês, pra ler o Tao Te King com liberdade de interpretação.
Ajudou?
:)
Sim Betto,
Mas no caso do JI, p ex, caso, kojisuru, jibaku, jibojiki, são kanjis diferentes. Não o mesmo do JIHI. Se eu não estou enganada.
No caso do HI, acontece o mesmo, são muitos kanjis com mesma fonema porém com ideogramas diferentes. Apesar de naõ conhecer o chinês, q eu acho uma pena, mas compreendo bem os kanjis japoneses.
bjs
Rieko
Exatamente, Rieko...
E desse amalgama de kanjis com significados vários, e fonemas com vários kanjis, é que se tiram novas interpretações.
Se leu o livro Musashi, lembrará que Miyamoto Musashi é o mesmo ideograma de Takenzo Kensei (seu nome quando jovem), e essa foi a chave que Obaba usou para persegui-lo quando perdeu sua pista.
Existe um ramo divinatório na China e Japão que se concentra em fonéticamente estudar as palavras e nomes. Imagino que a tradução de Itsuki pode ter partido daí.
Vejamos:
Rieko pode ser escrito:
enseada da verdade,
pintura / sumiê de pêra,
galho da aldeia,
filha da razão e graça divina
criança da benção benéfica
filha da aldeia de angra,ou
criança do ramo de pera.
Sabia, né?
bjo
Bom Betto, não sabia q vc tinha ido tao longe. Só conheço japonês convencional, naõ a clássica, e muito menos chinês. E não sei criar novas combinações com significados diferentes.Conheço o escritor Itsuki Hiroyuki, mas não esta obra.
A propósito meu nome significa criança de ramo de castanheira.
Profundo seu conhecimento.
bjs
Rieko
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